segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tobias e Dindi

Tobias é a melhor rima pra Dindi, e como Redimunho rima com o mundo, e o mundo o que mais tem é saudade... um dia eu morrerei na coleira pra não correr o risco de morrer longe de um amor.

Vocês estão entendendo o que é anáfora?

Pelo amor de Deus, a gente pode voltar naquela mesa daquela noite só pra explicar mais um pouquinho?

domingo, 29 de novembro de 2009

Meu barco es Caçacheiro....

Rio moreno, de costas largas
Com cheiro de mar e cor do sertão.


                                                   Gabriel Stippe

Meu barco é o “Andorinha”

“O barulho do encontro das águas de um rio é como o marulho das ondas do mar, que gargalha como que dizendo: água, aqui jamais voltarás!”

Carlos Mendes

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Pisa, caboclo

Ôi

Pisa, caboclo,

quero ver você pisar

Pisa lá que eu piso cá

quero ver você pisar

*Pisa, caboclo, quero ver você pisar

Na batida do meu samba

quero ver você dançar

*Pisa, caboclo, quero ver você pisar

Pisa lá que eu piso cá

quero ver quem vai pular

*Pisa, caboclo, quero ver você pisar

Na batida do meu gunga

quero ver você pular

*Pisa, caboclo, quero ver você  pisar

ê Ogum ê

oi tada que o ma lembé

ê Ogum ê

oi tada que o ma lembé

ê Ogum ê

oi tada que o ma lembé

ê Ogum ê

oi tada que o ma lembé

ê Ogum ê

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

De repente, na altura, a manhã gargalhou: um bando de maitacas passava, tinindo guizos, partindo vidros, estralejando de rir. E outro. Mais outro. E ainda outro, mais abaixo, com as maitacas verdinhas, grulhantes, incapazes de acertarem as vozes na disciplina de um corpo.(...) E agora os periquitos, os periquitinhos de guinchos timpânicos, uma esquadrilha, sobrevoando... E mesmo, de vez em quando, discutindo, brigando, um casal de papagaios ciumentos. Todos tinham muita pressa: os únicos que interromperam, por momentos, a viagem, foram os alegres tuins, os minúsculos tuins de cabecinhas amarelas, que não levam nada a sério, e que choveram nos pés de mamão e fizeram recreio, aos pares, sem sustentar o alarido – rrrl, rrrl! rrrl-rrril!...
...Augusto Matraga

NA ESTRADA...

[caption id="attachment_182" align="alignleft" width="210" caption="a gente demora mas chega..."]Redimunho[/caption]

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Il Fabbro

"Senhor crê, sem estar esperando? Tal que disse. Ainda hoje, eu mesmo, disso, para mim, eu peço espantos. Qu' é que me acuava? Agora, eu velho, vejo: quando cogito, quando relembro, conheço que naquele tempo eu girava leve demais, e assoprado. Deus deixou. Deus é urgente e sem pressa. O Sertão é dele. Eh!"

 



GSV

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pelos Sertões

[caption id="attachment_165" align="aligncenter" width="198" caption="'Pelos Sertões'. Gravura de Lívio Abramo"]pelos_sertoes[/caption]

Sôbolos rios que vão...

Sôbolos rios que vão

Por Babilônia me achei,

Onde sentado chorei

As lembranças de Sião

E quanto nela passei.

 



Ali, o rio corrente

De meus olhos foi manado;

E, tudo bem comparado,

Babilônia ao mal presente,

Sião ao tempo passado.

 



Ali, lembranças contentes

Na alma se representaram;

E minhas cousas ausentes

Se fizeram tão presentes

Como nunca se pasaram.

 



 



CAMÕES

um mundo ideal é um mundo feito de horas a toa...R.P

[caption id="attachment_159" align="aligncenter" width="300" caption="ah..o sertão..."]teleentrega de abacaxi[/caption]

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Quando a sabedoria está vestida de rugas!

"...os recordadores são, no presente, trabalhadores, pois lembrar não é reviver, mas re-fazer. É reflexão, compreensão do agora a partir do outrora; é sentimento, reaparição do feito e do ido, não sua mera repetição. O velho, de um lado, busca a confirmação do que se passou com seu coetâneos, em testemunhos escritos ou orais, investiga, pesquisa, confronta esse tesouro de que é guardião. De outro lado, recupera o tempo que correu e aquelas coisas que quando perdemos nos sentimos diminuir e
morrer."

Ecléa Bosi, "Memória e Sociedade - Lembranças de Velhos"

A Moreninha (Costumes)

"Neste momento a orquestra assinalou o começo do sarau. É preciso antecipar que nós não vamos dar ao trabalho de descrever este; é um sarau como todos os outros, basta dizer o seguinte:

Os velhos lembraram-se do passado, os moços aproveitaram  o presente, ninguém  cuidou do futuro. Os solteiros fizeram por lembrar-se do casamento, os casados trabalharam por esquecer-se dele. Os homens jogaram, falaram em política e requestaram as moças; as senhoras ouviram finezas, trataram de modas e criticaram desapiedosamente umas às outras. As filhas deram carreirinhas ao som da música, as mães, já idosas, receberam cumprimentos por amor daquelas e as avós, por não terem que fazer nem ouvir, levaram todo o tempo a endireitar as toucas e a comer os doces. Tudo esteve debaixo destas regras gerais, só resta dar conta das seguintes particularidades:

D. Carolina sempre dançou a terceira contradança com Augusto, mas, para isso, foi preciso que a Srª D. Ana empenhasse todo seu valimento; a tirana princesinha da festa esteve realmente daspiedada; não quis passear com o estudante.

A interessante D. Violante fez o diabo a quatro: tomou doze sorvetes, comeu pão-de-ló, como nenhuma, tocou em todos os doces, obrigou alguns moços a tomá-la por par e até dançou uma valsa de corrupio.

Augusto apaixonou-se por seis senhoras com quem dançou; o rapaz é incorrigível. E assim tudo o mais.

 

In: A Moreninha; Joaquim Manuel de Macedo

Obs.: Pareceu-me oportuno resgatar da literatura brasileira algumas cenas que retratam costumes que orientam cada época. Nesse sentido, resolvi começar pelo começo, já que A Moreninha (1844) é considerado o primeiro romance do Brasil.

João-de-barro

[caption id="attachment_152" align="aligncenter" width="265" caption="'Questões de família'. Laerte"]João de barro[/caption]