Ouço os corações dos lugares,
em mim há ruas e pulsações de asfaltos;
hoje é a terra que me fala.
Caminho na vibração das tuas veias saltadas.
As pedras sobre as quais piso
são parte de mim: pura extensão.
E exprimem e espremem
todo aquele cheiro de sal
e gosto de alecrim.
Há mapas riscados no teto branco
e uma geografia de 4 almas
confundem dedos e lápis,
paixões coloridas.
Quarenta dedos riscando um papel mudo,
na confusão de expressões sem jeito,
envergonhando o instante.
Quarenta dedos que partilham uma busca inexplicável
pelo sentido das cores,
dos amores,
das dores;
seres incessantes.
Oito mãos secas, calejadas
Capazes de estapear sem dó as maçãs
e incapazes de se desencostar.
Tetntáculos de medo fabricando um esconderijo de equívocos,
gargantas que esforçam seus gritos,
mãos que forjam caixinhas,
mãos que adiam seus assassinatos.
Não sei da paixão que de mim sentiam.
Estou seca de ardor, vazia de contemplação,
oca de explosão.
oito mãos.
PAUTAS PARA 2014 NO ESPAÇO REDIMUNHO
domingo, 27 de junho de 2010
quinta-feira, 24 de junho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
O QUE VOCÊ NÃO PODE FALAR EM PÚBLICO
QUANDO É LEPTOLOGIA
Há espinhos compridos e aguçados
em coisas que não são plantas
há os cabelos que você deseja arrancar
e carinhos que nunca te deixaram fazer
e as sobras de tudo o que morreu na intenção
pedem funerais de estamparias
teatro de aparições
escavado numa região da cabeça
Há espinhos compridos e aguçados
em coisas que não são plantas
há os cabelos que você deseja arrancar
e carinhos que nunca te deixaram fazer
e as sobras de tudo o que morreu na intenção
pedem funerais de estamparias
teatro de aparições
escavado numa região da cabeça
que não conhece a restauração
IMF
sexta-feira, 4 de junho de 2010
salivando algo
"Poeta é um ente que lambe as palavras e depois se alucina.
No osso da fala dos loucos há lírios."
Manoel de Barros
No osso da fala dos loucos há lírios."
Manoel de Barros
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