quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

TIC-TAC...

A culpa é do crocodilo tic-tac, não é? Ele é o tempo...esta sempre atrás de nós...é ele que vem nos buscar no final de tudo, não é? (Em busca da terra do nunca)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010















A inspiração Roseana do grupo Redimunho de SP


  01/09/2010 às 14:21:07  |  Ivan Fornerón


                    O Grupo Redimunho de Investigação Teatral surge em 2003 por meio da iniciativa de Rudifran Pompeu e Izabela Pimentel, que hoje são, respectivamente, diretor e assistente de direção do Grupo. Fundado em São Paulo, no centro da cidade, no bairro do Bixiga, o Grupo ocupa o Casrão da Escola Paulista de Restauro, na Rua Major Diogo, 91, lugar onde realiza seus ensaios e apresentou suas duas peças A Casa e Vesperais nas Janelas. A Casa recebeu o prêmio de melhor texto pela APCA, em 2006, e Vesperais sempre esteve, durante todo o ano que permaneceu em cartaz, entre os 10 espetáculos recomendados por jornais e revistas. O Grupo é formado por 21 atores de formação diversa, e por ser um grupo de pesquisa, os atores também exercem todas as atividades concernentes ao teatro: figurino, música, dança, cenogradia, iluminação, limpeza e manutenção do espaço. O nosso método se dá na vivência do cotidiano, desde a leitura dos textos, passando pelos exercícios de preparação física, a apresentação livre de cenas, até as discussões em roda e a organização dos camarins. É o exercício desse convívio que fortalece a nossa prática teatral.
                 Sobre o espetáculo Vesperais nas Janelas, a idéia inicial tomava a simbologia da janela como um universo que espelha as paisagens, tanto a de dentro como a de fora, estabelecendo uma comunicação entre ambas. Nesse aspecto, e não apenas em Vesperais como também em A Casa, o universo roseano, a literatura de Guimarães Rosa sempre norteou nossas pesquisas, e com ela não apenas a cultura mineira que aí tratada, mas também a cultura sertaneja, entendendo o sertão como uma geografia ampla e ao mesmo tempo particular que denominamos alma humana. Para tanto, mergulhar e aprofundar nossas pesquisas após a leitura da obra roseana, as viagens de campo que fazemos para coletar material que servirá de inspiração para a dramaturgia e a montagem dos espetáculos, sempre foi algo imprescindível para concretizar muitas das ideias que são levantadas a partir das leituras e d planos teóricos. Guimarães Rosa é, por assim dizer, mentor do nosso Grupo e fonte inesgotável de inspiração.

                Encenar um espetáculo para um público tão grande como em Andrequicé, e de uma forma bem diversa como apresentamos em São Paulo, além de desafiador é uma experiência que nos deixa realmente extasiados. As peças do Grupo sempre ficam mais de um ano em cartaz, e isso por dois motivos: o espaço de encenação é um Casarão antigo onde cada sessão é limitada a 50 pessoas. A Casa, por exemplo, teve um público de 10 mil pessoas, mas ao longo de 250 apresentações. A outra razão é a riqueza de detalhes e a tentativa de transportar o espectador para o universo retratado, o que implica num espetáculo intimista, de aproximação ao extremo e, para tanto, o modelo tradicional do espaço teatral não se aplica ao teatro que procuramos desenvolver. Essas duas características dão um pouco a dimensão do que representa para o Grupo essas apresentações de rua onde desde a projeção de voz do ator até a organização do público exigem um cuidado diferente e especial para a apresentação do espetáculo. Em Andrequicé, durante as comemorações da IX semana cultural da festa de Manuelzão, apresentamos três trabalhos: a peça A Casa, realizada na casa de cultura (casa rosa), e algumas cenas de Vesperais nas Janelas misturadas com algumas cenas do nosso terceiro espetáculo, ainda inédito, Marulho, o caminho do rio. Andrequicé nos deu a honra de fazer nossa pré-estreia, por assim dizer, do nosso novo espetáculo que está em fase final de produção. Todos os espetáculos têm o universo sertanejo como ambiente e geografia. No entanto, os temas tratados têm se aprofundado a cada nova pesquisa. De todo modo, é a memória coletiva e transfigurada nos personagens que falam em ambas: pessoas, situações e estórias que nos conceberam em todos os sentidos. Retratar e dar vida a esse passado (que para nós é mítico) é muito mais do que dar voz a fantasmas; acima de tudo é iluminar nosso presente (e provocá-lo também) ao contrapor a grandeza que surge da vida simples à parafernália da alucinação pós-moderna dos nossos dias onde os desejos de grandeza fabricam tédio e desolação. 

 


 

 

                    O Grupo Redimunho sempre apoiou essas iniciativas como a semana cultural da festa de Manuelzão. Somos devedores da do povo dessa região, pois retratamos o modo de vida das pessoas que protagonizam o universo roseano, e temos uma alegria imensa em apresentar esse trabalho à população que, ao lado da literatura de Guimarães Rosa, nos inspira. É para o público que o nosso teatro é feito. E quando esse público é o autor indireto do nosso espetáculo, aí nossa satisfação é triplicada. 

 
 







 

domingo, 26 de dezembro de 2010

esse imenso mar...

Como dizer o que se sente,  se o tempo vem devorando seus calcanhares?Estávamos bem próximo de chegar a um lugar que não sabiamos ao certo, se era mesmo o que desejavamos...mas uma espécie de orgulho de ter ido tão distante desde aquela primeira idéia ja nos fazia homens maiores, agigantados pelas façanhas...heróis de nós mesmos...criadores de fábulas múltiplas...donos de nossas cabeças...queriamos viver mais e ainda não sabiamos a diferença real de viver e de durar para o todo sempre...tudo que tinhamos eram nossas velhas e novas "estórias"...marulho nascia de um parto dificil, tão grande, belo  e denso como o mar...porque a vida é assim...a gente nasce  e morre...como o marulho desse imenso oceano...desse rio, desse mar...