por Everton Monteiro
No dia 08 de março, dia da mulher, me deparei com uma cena inusitada na Avenida Paulista. Tudo bem, cenas inusitadas acabam sendo até que corriqueiras por lá. Diversas manifestações populares, artistas de rua, protestos...
Mas essa peça teatral apresentada pelo Grupo Redimunho de Investigação Teatral me surpreendeu.
A mim e a todos que passavam por ali, em frente ao Center 3. Oito mulheres batendo uma massa de bolo com uma colher de pau. Sujas de sangue (simulado), concentradas e ao mesmo tempo submissas, ditando a receita do bolo que estavam fazendo. Surpreendente, chocante, muito, mas muito criativa a forma de protesto para marcar o dia da mulher e da impunidade de mulheres que são agredidas em seus lares e, mesmo sob as torturas e maus tratos, seguem quietas em suas rotinas domésticas. Parabéns ao Grupo Redimunho.Conseguiram passar o seu recado. Não dá para não portar uma câmera fotográfica quando se está na Avenida Paulista!
ATENÇÃO: Por incompatibilidade de agendas, a reunião com Juca Ferreira foi alterada do dia 20 para o dia 27 de maio.
Anotem na agenda: dia 27 de maio, às 19 horas, tem reunião com Juca Ferreira, secretário de Cultura de São Paulo. Vamos todos ao Centro Cultural São Paulo!
"Há uma hora certa, no meio da noite, uma hora morta, em que a água dorme. Todas as águas dormem: no rio, na lagoa, no açude, no brejão, nos olhos d’água, nos grotões fundos. E quem ficar acordado, na barranca, a noite inteira, há de ouvir a cachoeira parar a queda e o choro, que a água foi dormir… Águas claras, águas barrentas, sonolentas, todas vão cochilar. Dormem gotas, caudais, seivas das plantas, fios brancos, torrentes. O orvalho sonha nas placas das folhagens e adormece. Até a água fervida, nos copos de cabeceira dos agonizantes… Mas nem todas dormem, nessa hora de torpor líquido e inocente. Muitos hão de estar vigiando, e chorando, a noite toda, porque a água dos olhos Essa… nunca tem sono…" (JGR - MAGMA)