VESPERAIS NAS JANELAS


Vesperais Nas Janelas


um tempo que não mudará jamais...
um tempo que não mudará jamais...
Ocê sabe o que é amor verdadeiro, Augusto?


VESPERAIS NAS JANELAS 


Recordo tudo na minha meninice. Boa, foi. Me lembro dela com agrado: mas sem saudade(…). Para trás, não há paz.

Guimarães Rosa



Depois do sucesso de público e crítica de “A Casa” (Prêmio APCA de melhor texto teatral de 2006)o Grupo Redimunho de Investigação estreiou no dia 13 de setembro de 2008  seu mais novo espetáculo. Fruto de uma longa pesquisa em incursões pelo sertão mineiro e visitas a cidades como Cordisburgo e Morro da Garça, “Vesperais nas Janelas” lança um novo olhar à obra de Guimarães Rosa, autor cujo universo tem sido reproduzido no Casarão da Escola Paulista de Restauro desde que o Redimunho a transformou em sede.

Na montagem que permaneceu em cartaz até setembro de 2009, acompanhamos a trajetória de uma trupe mambembe que, na sina de trocar sua arte por pouso e comida, vai deixando por onde passa o rastro das histórias de cada habitante daquele lugar.

Através destas histórias descobrimos a madrugada remota em que três crianças saem para enterrar um santo ao pé de uma cruz (costume que no sertão é uma maneira supersticiosa de chamar a chuva). Por uma ação desastrada, o ritual causa uma tragédia que mudará a vida do povoado e provocará uma conflituosa relação entre tempo e espaço. De janela em janela, testemunhamos cenas que recompõem a tragédia, em episódios que se desenlaçam num compasso diferente, num clima de magia e tensão no qual relatos do acontecido se misturam ao imaginário criado em torno dele.

“Vesperais nas Janelas” é uma peça que retoma o fio da narrativa popular, com causos e canções extraídas do folclore interiorano e das muitas histórias guardadas nos ermos recantos do Brasil. Quase um musical, o espetáculo possui uma trilha sonora com faixas compostas pelos próprios atores, baseadas no cancioneiro popular e na experiência que o elenco teve no contato com a cultura das cidades mineiras. A peça marca o último trabalho do grupo com Guimarães Rosa, autor que serviu de suporte dramatúrgico para o Redimunho desde o seu princípio e que após “Vesperais…” terá o seu merecido descanso em favor de novos horizontes (e por que não veredas?) dramatúrgicos.
Sinopse para roteiro:

Num sertão de lugar incerto, três crianças decidem subir um morro para cumprir o ritual de chamar a chuva. A superstição provoca uma tragédia descomunal que marca para sempre a memória do povoado. A história do desastre é contada através das lembranças daquelas crianças e da trajetória de uma trupe que teve seu circo destruído pelo incidente.

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